Estudos mostram que as crises têm influência direta na inovação, observando duas teorias a esse respeito:
- Aqueles que consideram que têm um efeito positivo ao aumentá-lo;
- e os que consideram que têm um efeito negativo reduzindo o investimento das empresas.
A OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) indica que uma inovação incremental se refere a um produto existente cujo desempenho foi significativamente melhorado ou atualizado.
Durante os primeiros meses da pandemia, a OCDE indica que nos primeiros meses, em resposta à escassez de equipamentos médicos e outros suprimentos de emergência, foram desenvolvidas inúmeras inovações frugais, com uma inovação aberta que permitiu o redesenho bem-sucedido de diferentes equipamentos, como os ventiladores com materiais locais.
Um estudo recente de Arturo Arguello e colaboradores, na Revista Espanhola de Saúde Pública, sobre os modelos de utilidade desenvolvidos na Espanha desde o início da pandemia até o final de 2021, revisados mensalmente, permitiu classificá-los, em termos de pandemia, em quatro grupos:
- Equipamentos de desinfecção e purificação de superfícies e dispensers de gel
- Equipamentos de proteção contra agentes poluentes (telas, máscaras,…)
- Ventiladores e dispositivos de ventilação mecânica
- Outros
Foram solicitados 754 modelos de utilidade no período considerado, mais 67% do que no período 2018-2019, dos quais 37% relacionados com a pandemia. 224 modelos foram relacionados a equipamentos de desinfecção, 33 a equipamentos de proteção, 10 a ventiladores.
59% dos titulares de direitos eram particulares, contra 3,9% de entidades públicas, embora seja verdade que desenvolveram importantes estruturas de inovação.
Refira-se que a emergência fez com que, sobretudo nas entidades públicas, nem todas as inovações desenvolvidas fossem protegidas pelos direitos de propriedade intelectual, existindo um importante fórum de cocriação aberta para responder à carência existente, com um importante processo de inovação social.
As inovações incrementais exigem menos amadurecimento e são mais susceptíveis de implementação clínica direta do que as inovações disruptivas mais complexas, pelo que permitiram responder nos primeiros meses da pandemia.
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