A agricultura regenerativa, sistema de produção que ainda está em busca de uma definição formal ou acadêmica, se apresenta como um modelo capaz de aumentar o impacto positivo da atividade agrícola. Fá-lo com base na captação de CO2 e fixação no solo, aumentando a sua fertilidade e favorecendo a biodiversidade.
Dentro deste sistema de produção existem várias dezenas de práticas agrícolas, entre as mais comuns encontramos muitas que não podemos dizer que sejam novas, tais como:
- Coberturas vegetativas que podem ser vivas (vegetação espontânea ou não) ou inertes (resíduos vegetais).
- Adubação orgânica, baseada em esterco, composto e resíduos vegetais.
- Pastejo planejado por rotação, equilibrando o crescimento da produção vegetal ou aumentando a fertilidade do solo. várias colheitas em áreas próximas para obter maiores rendimentos.
- Não lavrar a terra, mantendo a estrutura do solo.
A novidade reside na sua aplicação em determinados contextos produtivos em que não eram utilizados anteriormente.
Embora nem todos possam ser aplicados a todas as culturas e/ou contextos.
Por exemplo, a impossibilidade de manter as coberturas vegetais vivas durante os meses de seca. No entanto, as culturas podem ser cobertas com restolho. A chave é adaptar as práticas regenerativas com flexibilidade, buscando alternativas para diferentes cultivos.
O meio ambiente se beneficia da agricultura regenerativa ao capturar CO2 da atmosfera e armazenar esse carbono no solo, mecanismo essencial na luta contra as mudanças climáticas. Além disso, a agricultura regenerativa aumenta a biodiversidade dos ecossistemas, favorecendo processos biológicos tão essenciais como a polinização, e também aumenta o uso da água, uma vez que o solo é capaz de retê-la melhor.
Permite aos produtores aumentar a sua competitividade com custos mais baixos e também pela abertura de novos mercados que antes não atingiam.
Com a agricultura regenerativa, da qual existem várias experiências em curso, é a primeira vez que se passa da redução das externalidades negativas da agricultura para a geração de externalidades positivas.
Imagem: Solo de palhada em em platação de soja em Bagé – RS.