O recente aumento no aumento dos preços dos alimentos foi forte na zona do euro. Em particular, a inflação homóloga (preço da cesta de alimentos básicos completo num determinado mês, comparado com o seu preço no mesmo mês um ano antes) aumentou de taxas inferiores a 2%, durante o primeiro semestre de 2021, para 13,6% no último trimestre de 2022.
Em alguns países aos preços subiram 23,6%, porém, observa-se certa heterogeneidade entre os países quanto à intensidade da alta dos preços dos alimentos. Desta forma, os aumentos têm sido particularmente intensos nos países bálticos (Lituânia, Letônia e Estônia) e na Eslováquia, onde se registaram taxas homólogas superiores a 20% no quarto trimestre de 2022, em parte devido à sua maior exposição ao conflito Russo – Ucraniano. Por outro lado, os aumentos na França e na Itália ficaram abaixo da média dos países do euro.
O contributo para a taxa de inflação geral é diferenciado, dado o peso diferenciado dos alimentos no consumo das famílias em cada área geográfica. A alimentação representa 25% da cesta de consumo espanhol, 26% no caso dos países bálticos, significativamente acima do que ocorre na zona euro (20%).
Embora o aumento de preços esteja ocorrendo em praticamente todos os produtos, ele foi especialmente intenso em alguns deles. O mais notável foi o referente a “óleos e gorduras” que atingiu um aumento homólogo de 31% no quarto trimestre de 2022.
Em termos de intensidade da subida da inflação, seguem-se as classes “leite, queijo e ovos”, cujos preços subiram 23,6%, e a classe “pão e cereais”, cujos preços subiram 16,9%.
As “leguminosas e hortaliças” e as “carnes” são a quarta e quinta classe de alimentos com maiores taxas de aumento com 16,9 e 15% respectivamente.
Vários fatores de cariz eminentemente global, que afetaram o abastecimento e os custos de produção de matérias-primas alimentares, têm sido determinantes prioritários na evolução dos preços alimentares, como o ilustram os casos dos laticínios e dos cereais.
Será necessário analisar o aumento de preços nos diferentes elos da cadeia de valor, a fim de estabelecer as políticas correspondentes que permitam que o preço desses produtos caia além do efeito degrau produzido.
Imagem:MarkoPaak