O Queijo Minas Artesanal, carinhosamente apelidado de QMA, é um verdadeiro símbolo da gastronomia brasileira e foi oficialmente elevado ao status de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO no, dia 04 de dezembro de 2024.
Na verdade, o reconhecimento foi para o “jeitim”todo mineiro de se fazer o Queijo Minas Artesanal, um símbolo da nossa tradição e da rica diversidade cultural do Estado!
O modo de fazer foi incluído na Lista do Patrimônio Cultural Imaterial da UNESCO durante a 19ª sessão ordinária do Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, realizada em Assunção, Paraguai.
Noventa países apresentaram 63 indicações para inclusão nas listas da Unesco, como a Lista Representativa do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, que reconhece e promove a diversidade de práticas culturais e conhecimentos desenvolvidos por comunidades.
Diga-se de passagem um super reconhecimento. O único alimento do Brasil até hoje incluído na lista.
A indicação dos “Modos Tradicionais de Fazer Queijo Minas Artesanal” foi submetida à apreciação da Unesco em março de 2023 pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Uma solicitação que veio também a partir da AMIQUEIJO, a Associação que representa os produtores de queijos artesanais de Minas Gerais
O reconhecimento internacional ressalta não apenas a excelência deste produto singular, mas também o profundo vínculo cultural que ele representa para Minas Gerais, uma das regiões mais ricas em tradições no Brasil.
A história desse queijo remonta ao século XVIII, quando técnicas de fabricação foram trazidas por colonizadores portugueses para o interior do Brasil. Ao longo dos séculos, essas práticas foram transformadas pelas condições locais — o clima, os ingredientes e os saberes das comunidades. O resultado foi um produto artesanal único, com sabores e texturas que refletem a diversidade e autenticidade cultural da região.
Produzir o Queijo Minas Artesanal é uma verdadeira arte. Ele é feito com apenas 4 ingredientes , leite cru, coalho, pingo (que é um soro fermento natural) e sal, utilizando métodos manuais que variam de acordo com as microrregiões ou de cada fazenda/queijaria que o produz .
Cada detalhe do processo, desde a ordenha até a maturação, é conduzido com atenção e respeito às tradições, garantindo características inconfundíveis que encantam os paladares mais exigentes.
Antes do reconhecimento pela UNESCO, o queijo já havia conquistado títulos importantes, como Patrimônio Cultural Imaterial de Minas Gerais e do Brasil.
O título concedido vai além do prestígio; ele é um catalisador para a preservação de um legado cultural que beneficia as comunidades locais. O reconhecimento reforça o papel do queijo na identidade de Minas Gerais e do Brasil, ao mesmo tempo em que impulsiona o turismo e fortalece as economias rurais. Pequenos produtores, que há gerações se dedicam à produção artesanal, encontram agora uma oportunidade de maior visibilidade e valorização global.
Essa conquista é uma celebração da diversidade e da criatividade humana, simbolizada em um alimento que carrega história, cultura e tradição. Mais do que um simples produto, o icônico Queijo Minas Artesanal é um patrimônio vivo, que transcende fronteiras e nos convida a saborear a essência de Minas Gerais.
Imagem: Renata de Paoli