Este texto discute o consumo de leite, a desinformação a seu respeito e o interesse pelos diferentes tipos de leite em Portugal e na França, com base no Google Trends e Mangools.

O leite é uma bebida amplamente consumida nos países ocidentais, intrínseca à cultura de muitos deles, e um produto alimentício de extrema importância para o mercado.

Neste texto vamos falar sobre o problema da desinformação, o procura pelo termo LEITE na internet e o interesse pelos diferentes tipos de leite em Portugal e na França através das ferramentas de pesquisa do Google Trends e Mangools.

Uma breve introdução sobre a procura por leite

A classificação do leite pode ser feita de acordo com o seu processo produtivo, e composição: leite Cru (que não passa por nenhum processamento), o leite pasteurizado (aquecido para eliminação de bactérias), leite UHT (outro processo de aquecimento), leite em pó, Integral, Semidesnatado, Desnatado, Sem Lactose, Enriquecido, Hidrolisado…Além do leite, consome-se derivados do leite ou laticínios, como os queijos, requeijão, manteiga, creme de leite, iogurtes, leite condensado, leite fermentado, dentre outros.

Do ponto de vista mercadológico estes produtos representam uma importante fonte de renda tanto para pequenos produtores quanto para grandes players. Do ponto de vista gastronômico, o leite e seus derivados são ótimas matérias primas para incrementar o gosto de certos pratos, dar untuosidade, homogeneizar molhos, dourar frutas ou carnes, etc. Do ponto de vista nutricional ele é incontestavelmente a melhor fonte de cálcio para a maior parte dos seres humanos, sobretudo nas regiões supracitadas: ocidentais.

O leite: uma vítima da desinformação

Infelizmente o leite tem sido alvo de muita desinformação, e alguns grupos militam pela abolição do consumo de leite de outras espécies  por humanos, justificando que ele seria o causador de algumas doenças e alergias, para toda espécie humana.

Estes grupos desconhecem que dietas e hábitos alimentares não podem ser transpostos de um contexto a outro, pois existem especificidades genéticas de grupos populacionais a outros que justificam a necessidade do consumo de leite, e a de retirá-los da dieta.

Conforme retrata Jonathan Silvertown, professor de ecologia e evolução  na Universidade de Edimburgo, no livro “Dinner with Darwin”, “… os primeiros agricultores neolíticos europeus eram intolerantes à lactose na idade adulta. Mas há meios ou menos 7500 anos, uma mutação de persistência de lactase surgiu nas montanhas do caucasa da Europa Central. Nestes portadores, ela se mantinha na vida adulta. Esta inovação foi propagada para o norte da Europa. Onde eles vivem atualmente, eles marcaram um fluxo de herança evolutiva dos povos de origem europeia. No Utah, por exemplo, mais de 99% da população adulta é tolerante…”

Estas informações errôneas e descontextualizadas são propagadas pelos meios de comunicação social e redes sociais. No entanto, segundo ANILACT (Associação Nacional dos Industriais de Lacticínios de Portugal), a indústria de lacticínios é 3ª mais valorizada das indústrias alimentares em Portugal. E em relação a outros países da União Europeia, a produção total de leite é estimada em cerca de 155 milhões de toneladas por ano, sendo a França um dos principais produtores.

Como anda a procura pelo termo LEITE na Internet?

A procura por informações sobre o leite tem crescido nos últimos anos, com um pico de procura em Abril de 2020. Nesta altura, em que Portugal estava em confinamento, as buscas concentravam-se em receitas como pão de leite, leite creme caseiro, pudim de leite e leite condensado.

As pesquisas relacionadas com o termo |Leite| tem um volume de buscas de 5.100 e incluem Leite Condensado, Leite em Pó e Leite sem Lactose. Os três sites que aparecem nas primeiras posições do Google são Wikipédia, Tua Saúde e Mimosa. Nas buscas relacionadas apresentam volumes de buscas para Leite faz mal, Benefícios do Leite, Leite engorda e Lactose faz mal.

O mesmo acontece na França, onde o termo |Lait| teve grande pico de procura durante o confinamento do país devido a pandemia da Covid em Março de 2020. Dentre os termos relacionados encontram-se |pain au lait|, |riz au lait| e |chocolat au lait|.

As pesquisas em França com o termo |Lait| tem um volume de busca de 21.100 e incluem um grande volume para |lait de coconut|, |lait de poule| (com picos anuais em Novembro), |lait ribot| e |lait d’amande|. Ainda encontra-se questões relacionadas a |lait de chèvre vs lait de vache|,|lait jusqu’à quel age| e |lait tourné danger|. Os sites que aparecem mais bem posicionados nas buscas pelo termo |LAIT| são o Wikipédia, Passeport Sante e Journal des Femmes.

Há alguma diferença na procura pelos tipos de leite?

Em Portugal, pouca diferença se nota na procura por Leite Magro, Meio Gordo ou Gordo. Há uma leve tendência na procura por leite gordo, porém, como o volume de buscas não é alto, não é possível atualizar estas tendências no Google Trends. Não há volume de busca para Leite Sem Gordura.

Os termos equivalentes no Português do Brasil são: Leite Gordo = Leite Integral, Leite Meio Gordo = Leite Semidesnatado e Leite Magro = Leite Desnatado.

Quando realiza-se esta mesma avaliação em França, nota-se um leve tendência de interesse pelo Leite Gordo |Lait entier|, porém, com um grande pico de procura pelo leite magro |Lait écrémé| no final de abril de 2020. As buscas relacionadas à estes termos são |recette avec du lait entier|, |lait de chèvre entier|, |yaourt au lait demi écrémé| e |difference entre lait entier et lait demi écrémé|

Fonte: Google Trends – França – Azul = Leite Gordo | Vermelho = Leite Magro | Amarelo = Leite Meio Gordo

Na segunda parte do artigo iremos  falar sobre as tendências deste mercado como o Leite sem Lactose e as Bebidas vegetais.

Estudo sobre o LEITE

Muitos negócios que utilizam estes termos de forma estratégica (conhecido como Searc Engine Optimization – SEO) têm conseguido aparecer nas primeiras páginas das pesquisas do Google. Este tipo de estudo é desenvolvido pela Verakis em parceria com a GOMO Digital, consultoria digital localizada em Portugal. Saiba como podemos te ajudar!

Foto: Foto de Mehrshad Rajabi na Unsplash