Alimentar-se tem se tornado cada vez mais, para os que podem, um ato responsável, engajado e cívico.
Por um lado o consumidor pede cada vez mais transparência, e por outro as autoridades públicas exigem mais informação por parte dos produtores, para que as escolhas possam se tornar cada vez mais conscientes.
Como se escolhas fossem realmente conscientes!
Assim como os “logotipos” frontais, como o Nutri-Score que fornece informações sobre a composição química tentando relacioná-los com os riscos de saúde, e a Classificação Siga indica a qualidade dos ingredientes e o grau de transformação dos alimentos, o Eco-Score indica o impacto ambiental dos mesmos.
Além de comprar e ingerir alimentos saudáveis e de qualidade, o consumidor também deve se preocupar, e poderá saber do impacto ecológico da produção e distribuição dos alimentos que for comprar.
Usando o mesmo código que o Nutri-Score, cerca de dez aplicativos e sites franceses, incluindo Yuka, Open Food Facts, Marmiton, o site de mercearia online La Fourche, dentre outros, implementaram no dia de 7 de janeiro de 2021, a pontuação ambiental “Eco-score” em seus diferentes meios de comunicação, enquanto ainda estamos longe de uma rotulagem ambiental centralizada, validada pelas autoridades, e obrigatória.
O que é o Eco-Score?
O “Eco-score” apresenta uma pontuação de A (para produtos com menor pegada ambiental) a E (para aqueles com maior impacto ambiental). impacto) e um código de cores de verde a vermelho, como o Nutri-Score.
Para estabelecer esse indicador, de iniciativa privada, diferente do Nutri-Score que foi desenhado por uma equipe de pesquisadores com base em publicações científicas e implantado por uma agência pública (Public Health France), seus promotores contaram com o banco de dados Agribalyse da Agência de Gestão de Meio Ambiente e Energia (Ademe), ponderado por um sistema bônus-malus para contabilizar os critérios de origem, sazonalidade ou métodos de produção.
Agribalyse é baseado em quatorze indicadores ambientais e dá, para 2.500 categorias de produtos, uma pontuação sobre 100 pontos. “Um grande trabalho científico potencialmente muito útil, mas que não pode ser usado no estado atual, porque inclui limites , que a Ademe conhece ”, explica Christophe Hurbin, cofundador do MyLabel, um aplicativo para ajudar no consumo mais sustentável.
Portanto esta pontuação ecológica se baseia principalmente na “Análise do Ciclo de Vida”, método desenvolvido pelo grupo de trabalho Agribalyse e liderado pela Ademe, e tem seus limites.
Imperfeitos ainda, os métodos de classificação dos alimentos segundo o impacto ambiental, como toda e qualquer classificação, por mais séria que seja, a implementação do Eco-Score é um belo passo para os que querem usar e abusar da sua responsabilidade cívica e incentivar a cadeia sustentável de produção de alimentos.
Direcionar os consumidores para compras ecologicamente corretas e incentivar os fabricantes a tornar seus produtos mais virtuosos, são os dois principais desafios da informação ambiental.
Os membros da convenção de cidadãos para o clima pretendem tornar obrigatória a afixação de nota ambiental nos produtos, e o Presidente Emmanuel Macron expressou seu apoio a isso em 14 de dezembro de 2020.
Aguardemos os avanços!
Saiba mais com a Verakis
- Para saber mais sobre produção sustentável de alimentos você pode participar do Workshop Online: “Produção sustentável e responsável de alimentos” que acontece nos dias 25, 26 e 27 de fevereiro de 2021.
- Para saber mais sobre economia circular no setor dos alimentos, você pode participar da Visita Técnica, em Paris e arredores, “Economia circular e alimentos”, em outubro de 2021.
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