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2021

Food Design : repensar a maneira de pensar o alimento

"Food Design melhora a interação alimento-consumidor, criando experiências memoráveis e valor de mercado."

Ao longo da história o ator de alimentar-se mudou para além de uma necessidade fisiológica (comer para sobreviver), e passou a caracterizar-se também como uma forma de socialização, e servindo como um despertar dos 5 sentidos (paladar, tato, olfato, visão e audição), é possível observar que as metodologias de análise sensorial passaram a ser cada vez mais usadas para agradar esse novo consumidor que possui expectativas elevadas.

Nesse sentido surgiu em meados de 1997 na Europa o termo Food Design, que indica uma categoria de design destinada aos produtos alimentícios. Atualmente é a International Food Design (IFDS) responsável por manter esse conceito. O intuito do Food Design é a elaboração e construção de alimentos que sejam interativos e comunicativos, que relacionem estratégias geralmente estéticas e úteis para obter uma aproximação entre marca e consumidor.

O Food Design propõe um processo criativo para apresentar ao consumidor produtos que proporcionem novas experiências que esteja ligado ao sabor, forma, odor e embalagem, considerando os fatores funcionais e de segurança deste produto.

A consequência desse procedimento é um instrumento importante capaz de ajudar as áreas do setor de alimentos, pois é possível ganhar destaque com o consumidor/público e em relação aos concorrentes.

Segundo a Dr.ª Francesca Zampollo, fundadora do IFDS, o alimento é o único material com o qual você pode estimular os cinco sentidos. Significa que você vai ingerir o que eu criei, o que é o processo mais íntimo que pode existir. Isso nos leva a outro ponto: o alimento é perecível, não dura. Um food designer, não cria um produto, cria uma memória.

Utilização do Food Design

O fundamento do Food Design propõe que todos os aspectos do alimento podem ser levados em consideração pelo consumidor na hora da compra, despertando a sessão de satisfação e bem-estar relacionados ao consumo desse alimento.

Todos os elementos sensoriais na elaboração dos alimentos são fundamentados pelos conceitos do design para criar uma personalidade no alimento que transmita o objetivo, valores e visões das marcas.

Em 2007 o Food Design foi subdivido em seis categorias para melhor entendimento de sua aplicação. Sendo elas:

  • Design com comida: a comida é considerada o objeto do design, levando em consideração os aspectos sensoriais (sabor, consistência, cor, textura, etc). Essa categoria abrange a arte culinária realizada pelos chefes.
  • Design para alimentos: aplica-se para os materiais que fazem parte da preparação, distribuição e comunicação dos alimentos. O exemplo mais comum são as embalagens do produto, que não terá a função somente de acondicionamento ou transporte, mas sim de comunicação do produto. Nesse sentido, o produto/marca terá mais chances de ser reconhecido e lembrado.
  • Design de espaços alimentares: Se encaixa nessa categoria a criação de espaço alimentares, levando em consideração os materiais, cores, iluminação, uniforme e forma de atendimento.
  • Produto alimentar: Nesse caso, enquadra-se projetos de alimentos produzidos em escala industrial, como macarrão, chocolate, conservas, está presente nas prateleiras dos supermercados.
  • Comendo design: É a situação em que as pessoas se integram com a comida. Sendo esse processo de interação de pessoas e alimentos, um dos aspectos mais complexo, já que leva em conta muitas variáveis de aplicação. A empresa NYC Food Design Pinch é um exemplo, pois servia a comida pendurada em guada chuva, o que faz dessa experiência inesquecível.
  • Projeto de serviço de alimentação: É a aplicação do conceito de design de serviço nos alimentos , considerando as atividades que acontecem ao longo do tempo, com metas e resultados a serem alcançados. Um exemplo é o aplicativo Too Good To Go, em que se é vendido o que sobra nos restaurantes por um preço baixo, ou seja, esses alimentos não serão desperdiçados.

O food design foi criado para tornar o momento do cliente com o alimento uma experiência singular. E como consequência gera valor para a empresa/marca e os produtos e se tornam relevantes no mercado.

Saiba mais

Para saber mais sobre o conceito, a importância e as influências do Food Design participe do Verakis Conecta do dia 14/04.

Luciana Monteiro é fundadora da Ara Cacao, Engenheira de alimentos, Mestra em tecnologia de alimentos, com ênfase em chocolates, Especialista em produção de chocolates na Universidade de Gent na Bélgica, e Especialização em Marketing de alimentos pela Verakis em Portugal, Professora das disciplinas técnicas de produção de chocolates, transparência na cadeia de cacau e design thinking no curso de pós graduação da Castelli Escola de Chocolataria, no Brasil, vai fazer um breve histórico e apresentar o conceito do Food Design, sobre a importância e como tem influenciado a indústria de alimentos.

Escrito por Renata Lênnen – aluna da UFMT, estagiária Verakis, Embaixadora líder do Verakis Conecta.