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2022

Envelhecer com smartphones no Brasil urbano

Marília Duque explores elderly tech use in São Paulo and its impact on health and social engagement.

Foi analisando um público de idosos em São Paulo que Marília Duque pôde perceber o impacto da tecnologia em diferentes dimensões das vidas dessas pessoas, e como elas lidam com uma realidade contemporânea em constante mudança.

Marília Duque apresentou os principais pontos do seu livro “Envelhecer com smartphones no Brasil urbano”, no “Papo à mesa” Verakis.

Se percebe na megametrópole de São Paulo que o perfil do cidadão é aquele que tem o trabalho como central na sua vida. O importante é se manter ativo da forma que for. E é nesse sentido que os idosos em questão encontram na tecnologia uma forma de se manterem engajados e ativos, buscando por meio dela a sociabilidade, redes de solidariedade e acesso a informações úteis.

Porém, ainda temos uma questão: na busca pelas informações online, em especial referentes à saúde, os idosos acabam procurando aconselhamento de amigos da área da saúde, dicas em grupos de Whatsapp, e até médicos no YouTube. Apesar da infinidade de informações que a internet oferece, não é simples filtrar aquilo que é de melhor qualidade.

E com relação à alimentação não é diferente. Nos mesmos meios digitais, os participantes buscavam se informar sobre o que é comer certo, encontrando termos como dieta lowcarb, alimentação natural e jejum intermitente.

Um comentário de uma participante traz como fontes um conhecido que é veterinário halterofilista (que segundo a participante “entende tudo de nutrição”) um documentário da Netflix sobre dieta lowcarb, e um médico do Youtube. Ainda que preocupe a dificuldade de filtrar a informação, é muito bom ver o empenho em buscar para si a saúde e o bem estar com as ferramentas que são os smartphones.

Por falar em ferramentas, uma muito interessante que a pesquisa proporcionou foi diário alimentar por mensagens.

“Me refiro ao controle daquilo que se come por fotos, que os participantes idosos fizeram e enviaram via Whatsapp. Comparado a um recordatório de 24h, pelo qual os participantes descreviam por memória aquilo que haviam comido no dia anterior, o diário por Whatsapp se mostrou mais benéfico.”

Com o diário, os idosos participantes se tornaram mais conscientes sobre o que comiam, focando no preparo da comida e das porções, promovendo mudanças de hábitos” comentou Marília no “Papo à Mesa”.

Os smartphones, no contexto do Brasil urbano, se fazem presentes de diferentes formas na vida da população de idosos, sejam positivas ou negativas, impactando seu entendimento sobre saúde e alimentação.

Marília trouxe outros interessantes relatos a respeito dos impactos desses modernos aparelhos no “Papo à mesa” , que você pode conferir na íntegra pelo link: https://www.youtube.com/watch?v=B0w5vvZ5MHs&t=524s

Texto: Lauren Yurgel, estagiária Verakis, graduanda em nutrição da UFRGS.