A rotulagem frontal de alimentos e produtos alimentícios é um assunto amplamente discutido no mundo inteiro, fruto da demanda dos consumidores, dos especialistas e recentemente dos Governos.
A tese é de que o rótulo frontal facilitaria a transmissão das informações sobre a qualidade nutricional dos alimentos ao consumidor. E dessa maneira atuaria como uma ferramenta de impacto social, informando de maneira mais assertiva e incitando escolhas mais conscientes e talvez saudáveis.
O estudo francês “Impacto econômico e social de cinco rotulagens nutricionais frontais: evidências experimentais” avaliou o impacto econômico e social de cinco diferentes modelos de rotulagem nutricional frontal:
- NutriScore (NS)
- NutriMark (NM)
- NutriCouleur (NC)
- NutriRepère (NR)
- SENS
O estudo, ocorrido em solo francês, com o intuito de mensurar o grau de influência das cinco rotulagens nutricionais frontais no processo de decisão de compra. contou com a participação de 691 pessoas, convidadas para realizar compras para a sua família em um ambiente on-line onde haviam 290 produtos diferentes disponíveis, categorizados em 39 categorias distintas.
No primeiro momento nenhum produto apresentava as rotulagens frontais acima citadas. Os participantes podiam consultar apenas informações como a imagem do produto, preço, gramatura ou volume e código de barras, que dava acesso à lista de ingredientes e à tabela nutricional de cada produto.
Mais tarde, na segunda rodada de compras, aparecia a rotulagem frontal dos alimentos disponíveis na plataforma digital.
Com exceção da rotulagem “NutriRepère” (a única que informa de maneira explícita as doses diárias de referência), todas as outras demonstraram um potencial de melhoria significativa no que tange a melhoria do fluxo de informações para o consumidor. A rotulagem “NutriScore” (baseada no “farol de 5 cores”) mostrou-se a mais eficaz neste sentido, seguido pelo modelo NutriMark e pelo modelo “NutriCouleur”.
Identificou-se que as melhorias nutricionais causadas pela mudança na rotulagem possuem um custo econômico, e que famílias com maior poder aquisitivo são mais sensíveis a essa mudança.
Percebeu-se também que, quanto mais fácil de ler um rótulo, maior seu impacto nutricional, de maneira que outras informações, tais como lista de ingredientes e tabelas nutricionais, têm um papel secundário no momento da busca de informações.
A rotulagem nutricional frontal é um assunto fascinante, que poderia ser discutido por horas e horas. Essencialmente, é conversar sobre qual é o papel da indústria de alimentos na busca de uma alimentação mais saudável e de qualidade. E isso envolve também nosso papel enquanto consumidor.
Quantos consumidores analisam os rótulos dos alimentos que você compra? Você ja parou para pensar nisso?
Texto: Diogo Tomaszewski – aluno do curso de Ciências dos Alimentos na Esalq, estagiário Verakis.