“A dimensão socioambiental no setor de alimentos” foi o tema da terceira sessão do “Visão 360° no Mundo dos Alimentos – Convivendo com a Controvérsia”, sob duas perspectivas: engenharia florestal, e setor privado
Esta sessão contou com a participação de Weber Amaral (Engenheiro Florestal formado pela ESALQ e professor na mesma instituição) e Mário Paiva (Cientista de Alimentos formado pela ESALQ e gerente de P&D na Unilever).
A mediação do evento foi pela Dra Juliana Grazini (Diretora da Verakis), pela Professora Dra Thais Vieira (coordenadora do grupo ESALQ Food) e pela graduanda em ciências dos alimentos na ESALQ: Isabella Brites.
Mario afirmou que a questão da dimenséao sociambiental é suma importância para a Unilever, e molda o perfil e as ações da empresa.
O primeiro passo dentro de uma organização privada é tomar consciência do problema socioambiental que é causado (devemos lembrar que o objetivo do mundo é alimentar 10 bilhões de pessoas nos próximos anos). Em seguida, sabendo da realidade, é fundamental entender que a empresa é parte do sistema e pode promover a mudança. E por fim, que não existem soluções fáceis para sistemas complexos.
Ao longo de toda a discussão, o Mário trouxe exemplos práticos de iniciativas feitas pela Unilever levando em consideração a minimização dos impactos indesejáveis e também a promoção de impactos positivos . Permeamos por pesquisa e desenvolvimento de produtos, em que as formulações visam uma alimentação mais saudável ao consumidor Isso acontece através da linha de alimentos fortificados e enriquecidos, sem sal, com menos açúcar e gordura.
Ele também apresentou diversas atividades feitas pela Unilever que objetivam a redução dos desperdícios e das perdas de alimentos em toda a cadeia produtiva, desde a produção até o consumidor.
Nesse sentido, ficou claro que a indústria de alimentos pode sim ser parte da solução, visto que as indústrias podem “conversar” com os consumidores, propor e implementar mudanças.
Já a exposição realizada pelo Professor Weber retratou pontos correlacionados com a cadeia agroalimentar e a importância da sua macro visualização para o entendimento das aplicações de melhorias no processo.
O Professor Weber comentou primeiramente sobre a dimensão da cadeia como um todo e como cada um dos elos, tanto menores quanto maiores, influenciam no resultado da produção final. De acordo com ele, entendendo os diferentes pontos do processo, a observação de melhorias nos quesitos socioambientais do setor alimentício pode ser facilitada.
Ele também comentou sobre indicadores ideais para comparar diferentes sistemas. De acordo com ele, indicadores são variáveis que se correlacionam com o futuro através de uma direção, medindo a trajetória do processo de forma quantitativa e qualitativa. Porém, sua utilização deve ser feita depois da obtenção de respostas para diferentes perguntas realizadas durante o processo, para que assim seja efetivo.
No sistema alimentício, um exemplo de indicador seria medir a quantidade de água utilizada na produção de produtos e como isso iria impactar no sistema.
Por fim, o Professor Weber explicou a intensidade dos saltos realizados na cadeia produtiva do Brasil para alcançar sistemas mundiais e como isso afetou a cadeia interna de alimentos.
Com o aumento da exportação, muitos consumidores brasileiros não conseguiram acompanhar financeiramente as mudanças, causando um desequilíbrio no sistema. Por isso, a ideia debatida seria de não retroceder o desenvolvimento dos produtos, mas sim realizar um alicerce com os degraus mais frágeis, suprindo a demanda externa e auxiliando a externa, resultando em um bem estar de toda a cadeia de consumidores.
Para assistir a terceira sessão “Visão 360° no Mundo dos Alimentos – Convivendo com a Controvérsia” acesse o : “A dimensão socioambiental no setor dos alimentos”