A nuvem mutante nos trouxe de volta os fantasmas dos Natais passados na Europa. Nem pensar em um Natal como aos anteriores à crise sanitária e, o que é pior, atrasar sua conclusão para 2023 ou, como alguns anunciam, para 2.024.
Felizmente as estratégias adotadas pela maior parte dos países da União Europeia têm dado certo e parece que a situação começa a ser “controlada”.
O crescimento da incidência de Covid-19 em toda a Europa em novembro e dezembro de 2021 foi uma questão trivial devido a uma combinação de causas ligadas às novas variantes, à evolução da imunidade, ao clima e ao comportamento social.
Pensar que apenas uma medida seria suficiente é um erro. A transmissão será reduzida com o estabelecimento de diretrizes diferentes ao mesmo tempo. É necessária uma ação abrangente, coordenada e convergente baseada em seis pilares.
Manter e até aumentar as medidas de proteção: máscaras, distanciamento físico, medidas rigorosas de higiene, ventilação interior,…
Reintroduzir restrições à interação social desprotegida para limitá-las. As medidas devem ser retomadas, não apenas com o passaporte de vacinas, restrições de capacidade de acolhimento do público, limites de tempo em espaços públicos ou toque de recolher.
Aumentar a cobertura vacinal na população-alvo acima de 13 anos e em crianças entre 5 e 12 anos tem mostrado bons resultados.
Manter medidas de saúde pública para interromper a transmissão: detecção precoce, rastreamento exaustivo, testes diagnósticos, isolamento de positivos, quarentena de suspeitos e controle de surtos, estão funcionado.
Maior coordenação nas restrições internas e transfronteiriças à circulação de pessoas também foram aplicadas.
Em relação à variante Omicron, não há razão para que a Europa se transforme num “bunker”; não é necessário tomar medidas que não resultem de evidências claras.
A luta se baseia no aumento da capacidade de sequenciamento genômico e vigilância intensa e, em alguns casos, recorrendo às medidas indicadas acima.
A situação europeia antecede o advento da variante Omicron, poderia ter sido agravada por causa dasua maior penetração, mas felizmente a luta foi e ainda é abrangente, tem abordado os seis princípios indicados, e começa dar bons frutos.
Alberto Berga Monge – Madrid, 16 de fevereiro de 2022.
O Prof. Dr. Alberto Berga Monge é médico veterinário espanhol, professor e colaborador Verakis, professor colaborador da Universidade de Zaragoza, auditor da União Europeia e diretor da AMB Consulting, e escreve para o blog da Verakis.
Imagem: RickJbrown