Metade dos espanhóis considera que os governos estão usando a tecnologia para controlar a população para outros fins que não o da saúde durante a pandemia de Covid-19, de acordo com o estudo “Atitudes em relação à tecnologia e uso das TICs na sociedade espanhola no âmbito da Covid-19”, realizado pela Metroscopia para a Fundação BBVA.
Da amostra estudada, 78% acredita no impacto negativo da Covid -19 sobre a liberdade.
Essa percepção é maior entre os mais jovens: 60% dos entrevistados entre 14 e 17 anos, 53% entre 18 e 24 anos. Sendo que 66% se situa na direita ideológica.
Segundo o relatório, coincidindo com outros realizados pela FUNCAS e FEDEA por exemplo, as organizações ligadas à ciência e medicina lideram as fontes de informação confiável, enquanto as televisões, o Governo e as redes sociais não chegam a 5, numa escala de 0 a 10, na confiança que inspiram como fonte de informação.
Setenta e cinco por cento dos entrevistados já buscaram informações sobre a Covid-19 na internet, principalmente em sites de imprensa como jornais, rádios e redes de televisão. Por outro lado, 22% buscaram informações em sites de universidades e centros de pesquisa.
Na pesquisa, 60% consideram a internet essencial em suas vidas. Sendo que 90% usam a internet diariamente, 30% afirmam estar conectado quase o dia todo. No caso dos celulares, ele é considerado essencial para 57% dos espanhóis.
Embora a percepção da tecnologia seja positiva no geral, mais de 80% acreditam que o uso da internet é um problema em termos de privacidade, segurança, veracidade, assédio e excesso de publicidade.
A pandemia acelerou a digitalização com mudanças que vão durar de acordo com 64% dos espanhóis. O teletrabalho dobrou durante o confinamento, principalmente nos perfis profissionais de qualificação superior. Um dos usos mais difundidos é a videochamada, usada por 92% dos teletrabalhadores. Desses, 36% consideram que sua produtividade aumentou.
Durante a pandemia, o entretenimento digital cresceu notavelmente em todos os seus aspectos, e a maioria reconhece que usa a internet o tempo todo ou algumas vezes quando fica entediado (58%). Passa mais tempo do que o esperado (55%). Além disso, o acesso a conteúdos pagos para séries e filmes (45%) ou música (32%) aumentou, e tem crescido o acesso aos entretenimentos culturais, esportivos, de hábitos saudáveis e de culinária.
Alberto Berga Monge – Madrid, 31 de março de 2021.
O Prof. Dr. Alberto Berga Monge é médico veterinário espanhol, professor e colaborador Verakis, professor colaborador da Universidade de Zaragoza, auditor da União Europeia e diretor da AMB Consulting, e escreve para o blog da Verakis.
Fonte: https://www.fbbva.es/wp-content/uploads/2021/02/Presentacion-Estudio-Usos-Internet-Covid19.pdf
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