Na Constituição Moderna
Imperam Sociedade e Natureza
Como dois polos marcados e opostos
Que não se tocam, com certeza
Mas, calma, tem muita coisa aí
É preciso Simetria
Entre “os homens entre eles”
E “as coisas em si”
Ah, a Ciência teoricamente invencível!
Que advoga e defende causas
Ao deter as causas de todas a coisas
Humanas e não-humanas.
As histórias apagadas
O abandono definitivo do passado
A invisível mediação dos cientistas…
No mundo moderno
as coisas simplesmente surgem
Prontas, acabadas.
No fim, resta a imobilidade
A sensação moderna tão familiar
De que tudo está sob controle,
mas alguma coisa está fora do lugar.
A conclusão de Latour é drástica
Esta separação por si só,
nunca existiu de fato.
Jamais fomos modernos!
Carolina Netto Rangel – França, 28 de abril de 2022.
A Profa. Dra. Carolina Netto Rangel, criadora do projeto “Alimentação e Saúde 360 graus” e colunista do blog da Verakis. Ela se aventura nas artes sob o pseudônimo de Nina Netto.
Inspiração: LATOUR, BRUNO. Jamais fomos modernos: ensaio sobre antropologia simétrica. 1991. Rio de Janeiro:Ed.34, 1994. 152p.
Imagem: rolandmey