« Adicionados aos alimentos, os condimentos perfume e releva sabores. Do sal às especiarias e ervas aromáticas, condiment é requinte. E, no entanto, estamos procurando por eles há muito tempo. Desde quando? Os pobres arqueólogos gostariam de responder, mas os condimentos têm a arte de escapar, raramente são guardados. É por isso que quando uma equipe de pré-historiadores encontrou vestígios deles, com 10.500 anos de idade, esta minúscula descoberta lhes pareceu enorme … Ninguém jamais havia encontrado uma preparação culinária tão antiga intacta. Porque foram necessárias circunstâncias especiais para durar.
Imagine cerca de 10.000 antes de nós, uma pequena aldeia de agricultores que cultivavam, pela primeira vez na história, trigo, cevada, centeio e lentilhas. Agricultores iniciantes, no sentido próprio da palavra. Uma casa está pegando fogo. Tão forte, tão de repente, que os habitantes fogem, deixando tudo no lugar. O telhado desaba sobre a cozinha e sua massa cobre e protege tudo o que continha. Pedras de amolar e bandejas de pedra, bacias, tigelas e … alguma comida pronta para comer, sem dúvida. A comida ? Alguns bolinhos carbonizados pelo fogo, intactos a ponto de ainda se ver as impressões digitais de quem os amassaram. Feitos de uma mistura de cereais e mostarda. E aqui está o condimento: mostarda (Brassica sp)! Não é tudo. Um pouco mais adiante, encontramos alcaparras granies, “pimenta de monges” (Vitex agnus-castus) e uma espécie de hortelã com aroma de tomilho (Vizophora). Luxo. Tudo preservado graças ao fogo.
Mas também foi necessário que os arqueólogos aprendizes e camponeses da Euphrasia, que escavaram com eles, estivessem suficientemente atentos e e fossem habilidosos para liberar esses pequenos bolinhos sem danificá-ls. Foi preciso que um botânico (Goerge Willcox) estivesse presente e intrigado, para os pegar, e os identificar. É assim que a história às vezes é contada, com achados modestos que às vezes vêm na sua cara. »
Danielle Stordeur – Pequeno dicionário curioso da alimentação, página 69.
A interdisciplinaridade é uma uma delícia!
Eu como, logo existo
« Eu como, logo existo », é a grande exposição do Musée de l’Homme (Museu do Homem) em Paris, dedicada à alimentação, e que acaba no 31 de agosto de 2020.
A Verakis foi, conferiu, e nesta última semana estival na França, semana de férias para a nossa equipe na Europa, vai compartilhar algumas definições, escolhidas especialmente para nosso seguidores, do « Petit dictionnaire curieux de l’alimentation » (Pequeneo dicionário curioso da alimentação).
O intuito é compartilhar um pouco da visão multifocal do Museu do Homem e sua equipe de pesquisadores, que é também como a Verakis enxerga a alimentação.
Outro objetivo destes « posts » é compartilhar textos, e nomes de pesquisadores que saem do « denominador » comum dos comentários e citações mais popularizados.
Quem é Danielle Stordeur
Danielle Stordeur é diretora de emérita de pesquisa do CNRS (Cnetro Nacional de Pesquisa Científica) na UMR (Unidade Mista de Pesquisa) Archéorient. Responsável pela Missão Permanente El Kowm-Mureybet (Ministério das Relações Exteriores), criada por Jacques Cauvin. Ela dirigiu as escavações de Jerf el Ahmar, Tell Aswad, El Kowm. Sua pesquisa, integrada em um projeto interdisciplinar, é inteiramente voltada para a neolitização do Oriente Próximo.
Foto: Marques