O chá e infusões são as bebidas mais consumidas no mundo (EUROMONITOR INTERNATIONAL, 2016), possui inúmeras variações de sabores podendo ser feito com a infusão de folhas, raízes e plantas, sendo consumido quente ou frio.
Há indícios de que a China foi a primeira nação a consumir a planta do chá (Camellia sinensis), como bebida ou como vegetal, apesar de não se ter precisão sobre o início do cultivo e consumo.
Existem diversas lendas e contos locais que citam a origem do chá, uma das lendas mais faladas indica a que o consumo começou em 2737 a.C (SILVA, 2014), em que um dos imperadores da China, chamado Shen Nong, após deixar um recipiente com água quente aberto, algumas folhas de árvores que estava por perto foram sopradas pelo vento e caíram em sua tigela, mudando a cor. Por curiosidade ele tomou, e se surpreendeu com o sabor e aroma, e sentiu-se renovado com a bebida.
Com o passar dos anos a bebida passou a ser consumida como um ritual e passatempo refinado. Por isso, o controle da produção de chá intensificou-se e foi feito um sistema de classificação de folhas e da sua qualidade (SILVA, 2014). Posteriormente surgiu uma nova forma de processamento das folhas: o chá moído, muito comum nos dias de hoje.
A partir disso, as populações vizinhas, como a do Japão, introduziram o consumo de chá em suas rotinas.
Portugal foi um dos primeiros países da Europa a entrar em contato com essa bebida, em meados do século XVI. Também foi responsável pela introdução do chá no Ocidente e o único país europeu a cultivá-la com fins industriais. No início a bebida era vista como rara sendo relatadas algumas propriedades medicinais e por isso entrou nos hábitos europeus (SILVA, 2014).
Os preços eram muito elevados e somente a alta sociedade portuguesa, como a Família Real, tinha acesso a essa bebida. O chá era oferecido em sala privativa , denominada “salão de chá”, onde somente homens podiam entrar. Nem os trabalhadores que cuidavam do cultivo do chá podiam consumi-la (CUNHA, 2009).
Mais tarde novas variedades de chás pretos passaram a ser consumido, e eram mais baratos do que os verdes, por isso foi disparado o consumo na Europa para a população menos abastada. Fazendo do consumo da bebida um hábito alimentar popular.
Os chás chegaram ao Brasil em 1812, quando o Príncipe-regente D. João de Bragança mandou construir no Rio de Janeiro, um jardim botânico com a finalidade de cultivar as plantas. Em 1814, cerca de 300 trabalhadores chineses especialistas na produção de chá foram importados, para ensinar aos colonos os métodos de cultivo e manufatura (BEDIAGA, 2014).
Com o aumento da procura em Portugal, a área de cultivo no Brasil cresceu bastante, tendo a produção de chá atingido o seu pico em 1852 (UKERS, 1945).
Nos dias atuais, os chás fazem parte do cotidiano de muitas pessoas, além disso profissionais de saúde têm indicado essa bebida como forma de trazer benefícios nutricionais. Porém há muita desinformação no que diz respeito à forma de consumo e preparo.
Por isso o próximo tema do Verakis Conecta será sobre “Chá e infusão : arte e cultura milenar aliados à saúde e socialização”.
O evento ocorrerá no dia 01/04/2022 às 14h (horário de Brasília) / 18h (PT), contaremos com a presença da Raquel Magalhães, Sommeliére de Chás, terapeuta Ayurveda e instrutora de Yoga. Saiba mais e inscreva-se em: https://verakis.com/conecta/cha-e-infusao-arte-e-cultura-milenar-aliados-a-saude-e-socializacao/.
Renata Lênnen, Embaixadora Líder Verakis Conecta, Graduanda em Ciência e Tecnologia de Alimentos – UFMT.
Fontes:
BEDIAGA, Begonha e DRUMMOND, Renato Pizarro, Cronologia Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2007. Disponível em: . Acesso: 26 mar 2022.
CUNHA, João Teles e, op. cit., pág. 321-323.
EUROMONITOR INTERNATIONAL. Global Tea: Consumer Trends Converge Around Brewed Beverages. Disponível em: . Acesso: 26 mar 2022.
SILVA, R. M. E. O chá em Portugal : história e hábitos de consumo. Disponível em: . Acesso: 26 mar 2022.
UKERS, William H., op. cit., vol. I pág. 215.
