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2021

Setor da alimentação : lidando com a pandemia

COVID-19 impulsionou e-commerce alimentar, transformando hábitos de consumo e priorizando saúde e nutrição.

Além da grande adesão aos meios tecnologicos de venda de produtos, a pandemia de Covid-19 alterou, ainda não se sabe com que intesidade e duração, a relação de muitas pessoas com o alimento.

Entre pandemia, medidas restritivas, necessidade de manutenção de negocios, na vanguarda do crescimento tecnológico, o setor de alimentos se depara com um item muito importante para se tornar uma das áreas que mais tem crescido nos últimos anos: o e-commerce.

Essa nova forma de comércio alavancou o setor, levando empresas que antes se concentravam na forma tradicional de venda ao boom estratégico de uma nova realidade. Com velocidade e notoriedade, o setor abrigou-se nas telas dos computadores e redes sociais e invadiu as residências com os mesmos megabytes da tecnologia.

Interesses diversos levaram ao crescimento do setor: a nutricionalização, a dietética, a beleza, o emagrecimento e cuidados gerais com a saúde. Esta última focada no fortalecimento da resposta imune – “a alimentação saudável fortalece o bom funcionamento do sistema imune”, principalmente com o advneto da pandemia de Covid-19.

Essa diversidade foi influenciada, em grande parte, por profissionais e amadores, tanto do setor de alimentação, quanto da saúde, conquistando públicos específicos, visto que a amplitude do assunto é grande.

Segundo Luís Pereira Silva (2020) o impacto da alimentação nos tempos da pandemia alterou o cotidiano da vida das pessoas, nos âmbitos familiares e sociais.

Em decorrência desses acontecimentos, uma nova realidade de alimentação foi estabelecida pela necessidade de adaptação e consequentes inovações na cozinha, no ato de comer e se alimentar, do resgate de comidas afetivas, e a apreciação desse hábito.

As medidas de isolamento social contribuíram para o agravamento da situação econômica de muitas famílias. Pequenos empresários sustentados tradicionalmente pela presença física de pessoas e pequenos produtores como forma gerir seu negócio, foram atraídos e obrigados a se aliar à tecnologia e aos sistemas de ingresso no novo tipo de abordagem através de E-commerce de alimentos e bebidas: uma mina de ouro quase inexplorada.

A partir dessa “pressão” comercial, o setor de gastronomia passou a invertir em e-commerce com o objetivo de manter e atrair novos clientes.

A chegada da pandemia evidenciou diferenças sociais que antes se camuflavam no cotidiano da população. Esse contraste ficou ainda mais evidente nas questões sanitárias, em hábitos de convívio social, aglomerações e em situações relacionadas a alimentação, quando se trata da compra, preparação e manipulação dos alimentos.

A segurança alimentar sob a ótica da pandemia sugere o tema “Cozinhas de delivery tem regularização própria?”

Dentre tantas mudanças, um estudo feito pela agência Brasil ressalta a mudança de hábitos alimentares durante a pandemia, destacando o fato de que muitas famílias foram estimuladas a cozinhar mais e a consumir mais refeições dentro de casa, fato que auxiliador na superação de um momento complicado.

A alimentação durante esse período incomum de pandemia trouxe novas visões e significados ligados ao ato gastronômico de cozinhar, comer, se alimentar e comercializar.

Além do mais, dentro dessas mudanças alguns pontos se destacam, como a relações interpessoais de resiliência e empatia e a relação das pessoas com a segurança alimentar, na intenção de melhora da saúde e evitar contrair o vírus e de se sustentar.

Texto: Sophia Peloggia Viana

Curadoria e edição de texto: Paula de Oliveira Feliciano

Edição/popularização científica: Juliana T. Grazini dos Santos

Sophia Peloggia Viana é aluna do curso de graduação em Tecnologia em Gastronomia do Centro Universitário Senac Campos do Jordão e escreveu este texto como uma atividade da matéria Estudos Contemporâneos de Gastronomia. A publicação integra proposta de aprendizado sobre popularização e difusão científica da ciências dos alimentos e alimentação da Fundação Verakis com o Centro Universitário Senac Campos do Jordão.

Paula de Oliveira Feliciano é mestra em Culturas e Identidades Brasileiras pelo IEB/USP, graduada em Gastronomia e pós-graduada em Docência para o Ensino Superior. Atua como chefe de Projetos Verakis Brasil e como professora nos cursos de graduação e pós-graduação em Gastronomia no Centro Universitário Senac Campos do Jordão. Em 2018, passou pelo programa de estágio da Fundació Alícia/Espanha, centro de pesquisa em cozinha, sustentabilidade e impacto social. E, em 2019, pelo Observatori d’Alimentació da Universitat de Barcelona (ODELA-UB), acompanhando atividades na linha de pesquisa turismo gastronômico.

Juliana T. Grazini dos Santos – Doutora em Informação e Comunicação/Jornalismo Científico/Popularização Científica pela Universidade de Paris 7(Denis -Diderot), vive há mais de 20 anos na França, onde pesquisa e desenvolve trabalhos de jornalismo científico, popularização da ciência e comunicação nas áreas de alimentos, alimentação e nutrição; presidente da Verakis (França), conceptora e diretora do curso de Especialização em Marketing de Alimentos Verakis (Europa); membro do grupo de estudos de informação ao consumidor do Fundo Francês para Alimentação e Saúde (FFAS) e curadora de cursos na área de alimentos e alimentação na Europa, América Latina e Brasil.

Referência:

SILVA, Luis Pereira. Engordando na quarentena: discursos sobre comida em portais da internet. Revista de Alimentação e Cultura das Américas (RACA). Comida em tempos de pandemia. Revista do Programa de Alimentação, Nutrição e Cultura (PALIN) da Fiocruz Brasília. Brasília-DF: Fiocruz, 2020. Disponível em: < https://raca.fiocruz.br/index.php/raca/article/view/58/52 > Acesso em abr 2021

Imagem: Vadim Georgiev