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2020

O ânimo dos espanhóis no desconfinamento

Espanhóis otimistas mas cautelosos iniciam desconfinamento; a FUNCAS revela 70% com humor positivo, apesar do medo predominante.

Oito semanas depois de declarado o Estado de Alerta Sanitário na Espanha, começou o desconfinamento confinamento que progressivo e desigual no território, por precaução e reversibilidade.

Qual é o estado de espírito do espanhóis e que pensam sobre o desconfinamento ?

A FUNCAS (Fundação dos Bancos de Poupança) publicou a oitava pesquisa semanal sobre a opinião dos espanhóis perante e a pandemia de Covid-19.

Como acontecia nas pesquisas anteriores, nesta oitava pesquisa, destaca-se a positividade da população.

7 em cada 10 entrevistados declaram que seu estado de espírito é “bom” (60%) ou “muito bom” (12%), enquanto cerca de 1 em cada 8 (12%) admite que é “ruim” ou “muito ruim”.

É impressionante, apesar do exposto, que embora 78% dos homens classifiquem seu humor como “bom” ou “muito bom”, o percentual obtido em mulheres é 11 pontos percentuais menor.

A idade também demonstra diferenças importantes em termos de humor. Enquanto 9 em cada 10 jovens entre 14 e 24 anos se declaram encorajados, no grupo de entrevistados com 65 anos ou mais, essa proporção cai para 6 em 10. Nesse grupo de idosos, a porcentagem de pessoas que admitem estar desanimados (20%) excede em muito o observado entre os mais jovens (5%).

Outro aspecto que merece destaque é que 22% dos desanimados não saíram de casa no dia anterior à pesquisa por medo de contágio.

No contexto da progressiva falta de clareza que se desenvolve, se pergunta se eles enfrentam isso com mais alegria ou melhor, com medo. O sentimento de medo prevalece (46%), sobre o de alegria também (33%), enquanto 1/5 dos entrevistados (21%) admite sentir uma mistura de emoções.

Além disso, como indicado acima, as mulheres mostram um humor um pouco mais moderado do que os homens, entre elas o sentimento de medo também prevalece. Metade dos entrevistados (51%) admite desconfiar do medo, número que excede em 10 pontos percentuais os resultados correspondentes aos homens, 25 pontos percentuais a mais do que os de 14 a 24 anos. O medo também está presente entre os entrevistados mais velhos : 57% daqueles com mais de 64 anos de idade sentem medo.

É curioso que o humor daqueles que enfrentam desconfiança com alegria seja pior do que o daqueles que enfrentam isso com medo. Entre os primeiros, o percentual de desanimados chega a 17%, 10 pontos a mais do que entre os que enfrentam a falta de confiança com o medo (7%), e se sentem aliviados com a transição para uma situação com restrições menos severas à liberdade de se mover e realizar atividades fora de casa. É possível pensar que há um grupo de pessoas para quem o confinamento teve conseqüências mais graves.

Apesar de tudo isso, vale ressaltar a opinião sobre priorização de poupança ou investimento que mostra que praticamente metade (49%) da amostra está inclinada a economizar, e menos acredita que seria melhor consumir (41%). Poupar é a opção preferida (77%), especialmente entre os menores de 25 anos.

Como estaremos no final do desconfinamento?

Alberto Berga Monge – Madrid, 01 de Junho de 2020.

O Prof. Dr. Alberto Berga Monge, é médico veterinário espanhol, professor e colaborador Verakis, professor colaborador da Universidade de Zaragoza, auditor da União Europeia e diretor da AMB Consulting, e vai ser um dos correspondentes Verakis para acompanhar a evolução do setor dos alimentos durante o desconfinamento europeu.

Foto de Sanson carrasco