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2020

Inteligência de alerta e controle de epidemias

OSINT crucial na detecção de pandemias e gerenciamento de crises como Covid-19, conforme Alberto Berga Monge.

O código aberto (OSINT – Open Source INTelligence) nos permitirá ser um elemento da nova epidemiologia para alertar sobre novas pandemias.

A inteligência de alerta poderia detectar desafios como o da Covid-19.

Detectar uma ameaça e comunicá-la a tempo, significa que os analistas observam as mudanças que ocorrem em uma série de indicadores observadascontinuamente, onde ferramentas como “bigdata” ou outras lhes serão úteis.

Claro que gerenciar as 30 bilhões de páginas da web hospedadas pelo Google, 50 milhões de páginas do Facebook, 250 milhões de usuários ativos no Twitter, 155 milhões de usuários no Badoo … requer ferramentas e estratégias de pesquisa eficientes e seguras.

A inteligência de alerta cumpre a função de controle contínuo, bem como de alerta para crises futuras, mesmo de natureza infecciosa, principalmente quando estas estão incluídas na estratégia de segurança nacional.

Em grande medida, o controle é realizado por meio de fontes abertas ou públicas, das quais é extraído após um processo de análise.

A chamada inteligência de código aberto é aplicada em muitas áreas, a própria Organização Mundial da Saude (OMS) os utiliza para detectar surtos de doenças, participando ativamente da iniciativa INTELIGÊNCIA DE EPIDEMIA DE FONTES ABERTAS, que já exemplificou sua utilidade em ocasiões anteriores.

No caso da Covid-19 as informações públicas disponibilizadas também ajudaram a detectar seu surgimento. No final de 2019 informações sobre uma nova pneumonia não diagnosticada foram divulgadas nas redes sociais chinesas.

Já foi dito que podemos desconfiar dos governos fornecendo as informações necessárias a tempo, então podemos, em vez disso, detectar rumores na internet que nos dizem que algo incomum está acontecendo, obviamente após um processo de verificação de fatos.

A BlueaDot foi capaz de prever para quais cidades a Covid-19 se espalharia graças às informações sobre passagens aéreas.

Ora, como não poderia ser de outra maneira, junto com fontes abertas de inteligência de fontes humanas é necessário corroborar, contrastar ou completar os resultados derivados de fontes abertas, no nosso caso através do diálogo com o pessoal de saúde.

Apesar das extensas informações disponíveis na China, os governos ocidentais relutaram em adotar medidas preventivas. Pode ser uma falha de inteligência ou falta de previsão da liderança política, ou a ameaça não foi detectada ou foi minimizada. Os analistas de inteligência devem dar alertas confiáveis ​​para motivar os tomadores de decisões políticas, especialmente quando para alguns havia exagero com outros coronavírus, como SARS e MERS.

Embora ainda existam muitas dúvidas a respeito desse novo coronavírus, o controle e a análise de fontes abertas deveria ter servido como um sinal de alarme diante de um dos desafios contemplados na estratégia de segurança nacional.

Alberto Berga Monge – Madrid, 11 de novembro de 2020.

O Prof. Dr. Alberto Berga Monge, é médico veterinário espanhol, professor e colaborador Verakis, professor colaborador da Universidade de Zaragoza, auditor da União Europeia e diretor da AMB Consulting, e é dos correspondentes Verakis.

Imagem: Comfreak