11
.
05
.
2022

Sustentabilidade, saúde e transparência : o que pensa o consumidor?

O Fórum de Davos enfatiza a construção de um mundo sustentável. Pesquisas mostram que os consumidores valorizam as empresas com compromisso ambiental e ético.

Na 50ª edição do conhecido Fórum de Davos, um manifesto foi relançado e um único objetivo foi definido: construir um mundo mais sustentável e inclusivo.

Uma pesquisa realizada pela Nielsen indica que 81% dos consumidores entrevistados acham que as empresas devem ajudar a melhorar o meio ambiente. Embora existam pequenas diferenças entre as gerações, o sentimento é coletivo.

A Findasense realizou um estudo focado nas macrotendências de consumo alimentar da geração Z (menores de 18 anos) e millennials (19-35 anos).

Este estudo conclui que os consumidores mais jovens priorizam três aspectos:

1. Produtos com forte compromisso ambiental.

2. Composição dos alimentos.

3. Imagem a ser compartilhada nas redes sociais.

Em relação ao compromisso ambiental, os novos consumidores buscam produtos com compromisso ético e sustentável, e para conhecer esses fatores fazem uso da transparência da indústria alimentícia.

Sua capacidade de investigar e coletar informações os torna mais críticos, a que se soma a facilidade de compartilhar e relatar o que não consideram adequado.

De acordo com um artigo da Nielsen sobre aspectos relacionados às preferências do consumidor em termos de saúde e sustentabilidade, a venda de produtos orgânicos passou de 0,5 para 1% de participação de mercado, em alguns casos, como o café, cresceu 160%.

Em relação ao comportamento de compra, 73% dos consumidores indicaram que mudariam seus hábitos de consumo para reduzir o impacto ambiental.

Nestlé, Kellogg, Unilever, Danone, PepsiCo, entre outras, estabeleceram planos de ação sustentáveis.

Dessa forma, e à título de exemplo, a PepsiCo indica um novo propósito no marco de sua Agenda de Sustentabilidade 2025, que é contribuir para a construção de um sistema alimentar mais sustentável a partir de seis pontos:

1. Tornar suas fontes de matéria-prima mais sustentáveis.

2. Melhorar a eficiência do uso da água, tanto nos processos agrícolas quanto na fabricação.

3. Reduzir o uso de plástico virgem e utilizar materiais reciclados.

4. Redução de açúcares, gorduras e sal incorporando novos ingredientes nutricionais.

5. Reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

6. Promover o talento feminino.

No curto prazo as empresas devem avaliar o impacto que seus ingredientes e processos têm no meio ambiente, bem como integrar a saúde dos consumidores.

Do ponto de vista reputacional e de imagem de marca, é necessário ter em conta a importância da sustentabilidade.

Transparência, compromisso com os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) e escuta ativa da demanda do consumidor determinarão o posicionamento de produtos e marcas.

Alberto Berga Monge – Madrid, 11 de maio de 2022.

O Prof. Dr. Alberto Berga Monge é médico veterinário espanhol, professor e colaborador Verakis, professor colaborador da Universidade de Zaragoza, auditor da União Europeia e diretor da AMB Consulting, e escreve para o blog da Verakis.

Imagem: geralt