O relatório “The Lancet Coutdow” sobre saúde e mudanças climáticas: saúde à mercê dos combustíveis sólidos“, de 2022, foi produzido em um ambiente de alta incerteza, à medida que a crise avança, os impactos das mudanças climáticas aumentam: inundações, incêndios florestais, exposição ao calor ondas, propagação de doenças infecciosas.
Como não poderia deixar de ser, as perdas econômicas associadas aos impactos das mudanças climáticas aumentam, somam-se aos efeitos sinérgicos dos impactos e prejudicam ainda mais os determinantes da saúde.
Assim, a exposição ao calor causa a perda de 470 bilhões de horas de trabalho, ou seja, um impacto equivalente a 0,72% do PIB mundial. Eventos climáticos extremos causaram US$ 253 bilhões em danos.
Entre outras, as dimensões referentes à segurança alimentar são afetadas, agravando os impactos de outras crises. A desnutrição devido à pandemia de Covid-19, que afetou 161 milhões de pessoas, aumentará 10%.
A saúde, lembra o relatório do “The Lancet”, está à mercê dos combustíveis fósseis. A procura total de energia, desde a Convenção Marco das Nações Unidas para as alterações climáticas, aumentou 59%, o que sugere que se atingirá um aumento de 2,7ºC e emissões globais de 13% a mais.
Apesar dos tempos de ação insuficientes, há sinais emergentes de alguma esperança para o surgimento de uma resposta focada na saúde.
O compromisso de indivíduos e líderes aumentou, com 60% dos países das Nações Unidas concentrando sua atenção nos vínculos entre mudança climática e saúde, como é o caso do ambiente urbano.
À medida que os países elaboram maneiras de se recuperar de crises coexistentes, as evidências são inequívocas.
Nesta conjuntura crítica, uma resposta imediata e focada na saúde ainda pode garantir um futuro no qual a população mundial pode não apenas sobreviver, mas prosperar.
Uma resposta alinhada à crise composta!
Alberto Berga Monge – Madrid, 23 de novembro de 2022.
Fonte : https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(22)01540-9/fulltext