Nos últimos anos, os insetos estão presentes em discursos sobre tendências alimentares, isso ocorre pois há uma preocupação em alimentar a população mundial que está crescendo exponencialmente.
De acordo com a FAO (Food and Agricultural Organisation of the United Nations), em 2050 a população mundial vai atingir a marca dos 9 mil milhões paralelamente a produção de carne que vai chegar aos 410 mil milhões de kg/ano, representando um aumento considerável de 76%, quando comparado aos níveis atuais.
Nesse sentido, há um sentimento de urgência em suprir as necessidades humanas, assim como preservar o meio ambiente e garantir baixos impactos econômicos. Por isso, obter novas fontes alimentares é uma das opções para resolver os problemas futuros em relação à alta demanda por carnes.
Mas se engana quem pensa que os insetos comestíveis é uma tendência moderna, essa prática denominada como entomofagia, ocorria antigamente no desenvolvimento inicial dos seres humanos, já que os insetos eram fáceis de serem capturados.
Nos dias atuais, os insetos comestíveis são comuns em mais de 100 países, como por exemplo a Ásia, América Latina e África, e possuem mais de 2000 espécies para consumo.
Alguns motivos que levam os países a praticarem a entomofagia são:
- Agem como fontes nutricionais complementares, pela maioria dos insetos serem ricos em proteína, lipídios, e micronutrientes
- Menor impacto ambiental, requer pouca área agrícola e água.
- É considerado saborosos pelos praticantes da entimofagia
- O modo de consumo é diverso, podendo ser encontrado cozido e frito em diversas receitas.
Apesar dos países consumidores de insetos incentivarem a prática para a população, há algumas barreiras que impedem o consumo em massa no Ocidente, principalmente na Europa, as implicações básicas são: dúvidas da situação legal do consumo e produção de insetos, incerteza quanto a segurança alimentar e uma possível rejeição por parte dos consumidores.
Sendo assim, para diminuir a rejeição da entomofagia, há a opção de introduzir os insetos como ingrediente alimentar, em preparos de farinhas, sopas, barra de cereais, entre outros alimentos.
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Fontes
Ribeiro, J.C.R. Estudo do potencial dos insetos comestíveis para aplicação na indústria alimentar. 2017.
Boland, M. J., Rae, A. N., Vereijken, J. M., Meuwissen, M. P. M., et al., The future supply of animal-derived protein for human consumption. Trends. Food Sci. Technol. 2013, 29, 62-73.
Alexandratos, N., Bruinsma, J., World agriculture towards 2030/2050: the 2012 revision. ESA Working Paper 12-03, Agricultural Development Economics Division Food and Agriculture Organization of the United Nations 2012.
Renata Lênnen, Graduanda de Ciência e Tecnologia de Alimentos – UFMT , Líder dos Embaixadores Verakis Conecta (2020, 2021, 2022).