E as minhas reflexões continuaram:
b) O conhecimento resultante da ciência da nutrição é generalizado e aplicado a todas as comunidades.
Por exemplo, recomendava-se pesar as crianças todos os meses para diagnosticar e / ou prevenir uma possível desnutrição.
Os agentes comunitários eram responsáveis por esta tarefa. Os treinamos para pesar, e os ensinamos a fazer diagnóstico, sem conscientizá-los das particularidades de cada criança.
Ou ainda, “nossos agentes comunitários” davam orientação dietética para mães de crianças com baixo peso, com esse conselho voltado principalmente para famílias com recursos alimentares mínimos. Este pode ser o caso em algumas regiões do Nordeste do Brasil, como em algumas regiões de certos países africanos.
Como essas crianças vivessem em uma favela na capital de São Paulo, não havia justificativa para que ganhassem peso com “farinha” de cereais de “resíduos” de produtos industriais. Arroz, feijão, pão e leite, que constituem o alimento básico dos pobres, estão prontamente disponíveis para os desfavorecidos.
Além disso, nas grandes cidades, há apoio de instituições de caridade.
Ainda para os trabalhadores mais pobres, existiam as “cestas básicas” de alimentos fornecidos por suas empresas.
Na cidade de São Paulo, não é preciso percorrer 20 km para pegar dois baldes d’água, por exemplo.
Cada situação é única e não é razoável querer impor o mesmo comportamento alimentar a todos.
Juliana T. Grazini dos Santos – Doutora em Informação e Comunicação, Nutricionista, Idealizadora da Verakis.
Fonte: Trechos da introdução à minha tese de doutorado: “A ciência da nutrição difundida para o público em geral na França e no Brasil – O caso da alimentação materno-infantil. Tese orientada por Baudouin JURDANT
Imagem: Grande