Um estudo recente publicado na revista Nature analisou oito milhões de ligações para linhas de apoio psicológico, para descrever o estado de saúde mental da população em quase vinte países, com base, entre outras coisas, nas medidas das autoridades sanitárias.
No pior da pandemia, a ajuda econômica dos estados impediu ideias suicidas para muitas pessoas.
Alguém disse “estamos todos despedaçados e ninguém para para admitir isso”.
Estresse financeiro, estresse no trabalho, solidão e também vulnerabilidades mentais pré-existentes afetaram a saúde mental de muitas pessoas. Os pesquisadores observaram um aumento de 35% nas ligações até seis semanas após o início da pandemia.
Esse padrão é observado em todos os países do estudo, sendo o medo do vírus e a solidão os motivos predominantes, e a ansiedade aumentada com proibições e medidas restritivas.
Tendências suicidas também apareceram.
Os resultados da pesquisa concluem que as ajudas financeiras dos estados, em compensação por perdas, significaram segurança econômica, mas também uma redução nas ligações para os canais de ajuda em função do medo, saúde física e ansiedade econômica.
O número de chamadas voltou a aumentar no segundo semestre de 2020 com o aumento das infecções.
Esse comportamento mostra diferenças entre os diferentes países. Estes padrões divergentes estão correlacionados com aumentos e diminuições mais fortes tanto nas infecções como no nível e rigor das medidas nos diferentes países.
Analisando os dados por sexo e idade, os pesquisadores notaram que o aumento das ligações por medo foi impulsionado tanto por homens quanto por mulheres, com mais de trinta anos.
A proporção de ligações relacionadas ao suicídio feitas por homens com menos de trinta anos caiu significativamente. Entre as mulheres com menos de trinta anos a proporção de ligações relacionadas à violência aumentou.
A Espanha não foi incluída no estudo, mas a pesquisa do CIS (Centro de Investigações Sociológicas) mostra que o aumento de ligações pedindo ajuda em casos de ideação suicida aumentou 145%.
Possivelmente nunca tantos sofreram tanto, r é por isso que é necessário e urgente reorientar as prioridades.
Alberto Berga Monge – Madrid, 09 de fevereiro de 2022.
O Prof. Dr. Alberto Berga Monge é médico veterinário espanhol, professor e colaborador Verakis, professor colaborador da Universidade de Zaragoza, auditor da União Europeia e diretor da AMB Consulting, e escreve para o blog da Verakis.
Fonte: https://www.nature.com/articles/s41586-021-04099-6
Imagem: GoranH