O problema da legitimidade e veracidade das informações que circulam pelas redes sociais e internet é um fato e tem causado muitos problemas, podendo desde atribuir características errôneas a certos produtos alimentícios e regimes, até construir ou destruir a reputação de uma marca ou empresa.
Com o advento da internet, e mais recentemente das redes sociais digitais, a informação dentro da esfera social não tem mais “dono”, ela pode ser emitida por qualquer um, a qualquer momento, com ou sem legitimidade.
Infelizmente esta liberdade de expressão, que foi entregue rapidamente às sociedades, é , por alguns, mal utilizada ao ponto de existirem definições para cada tipo de informação enganosa, mentirosa, errônea, dissimulada, estratégica, maliciosa…criadas e compartilhadas de maneira proposital ou não.
Estes fenômenos de partilha de informação “deletérias” têm nome : Desinformação, Infoxicação (Fake-news) e Infodemia.
Desinformação
A desinformação é uma simples transferência de informação que, por si só, envolve uma transformação da informação inicial.
Quem já brincou de “telefone sem fio” pode rapidamente fazer esta analogia. A informação vai sendo repassada, cada um entende o que entende e a informação passada ao último da fila pode estar completamente deturpada.
No caso da desinformação não há intenção de prejudicar nada nem ninguém, é um transmitir quase que ingênuo de informações ouvidas ou lidas aqui e ali, sem muita reflexão, sem conferir as fontes, e sem muita preocupação com a legitimidade da informação e de quem a transmite.
No setor dos alimentos os casos de desinformação, como em qualquer outro setor são inúmeras e corriqueiras; são aqueles regimes miraculosos passados e repassados entre amigos, blogueiros, inconsequentes ou ingênuos de plantão, ou a atribuição de características torpes aos alimentos e produtos alimentícios, ou as informações sobre a relação desproporcionada entre produção de carne e meio ambiente, ou mesmo as informações que profissionais especialistas de certas áreas transmitem sobre áreas alheias às suas sem entender ou se aprofundar sobre o tema.
Infoxicação
As intoxicações, mais conhecidas como “Fake-news” são informações falsas, deliberadamente concebidas para enganar e ser disseminadas pelas mídias.
Neste caso é muito importante a noção de intencionalidade. Por trás de uma “Infox” há sempre um objetivo e uma estratégia de construção, montagem e difusão de informações falsas.
Existe uma predileção para o uso da palavra “fake-news” quando o tema é política, a “infox” seria utilizada para outros temas.
No setor dos alimentos uma “Infox” muito conhecida é a tal “carne de minhoca” do Mc Donald ‘s. Foi uma informação propositalmente difundida para comprometer a reputação da rede de alimentação rápida.
Infodemia
A infodemia é a disseminação rápida e ampla de uma mistura de informações corretas e imprecisas sobre um assunto, que pode ou não ser uma doença.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a informação como o a difusão de um grande número de informações sobre doenças.
“Infodemia uma superabundância de informações, tanto online quanto offline. É caracterizada por tentativas deliberadas de disseminar desinformação a fim de minar a resposta da saúde pública e promover os diferentes objetivos de certos grupos ou indivíduos. Informações falsas e enganosas disseminadas desta forma podem prejudicar a saúde física e mental dos indivíduos, aumentar o estigma, ameaçar ganhos valiosos para a saúde e levar ao não cumprimento de medidas de saúde pública, reduzindo assim sua eficácia e comprometendo a capacidade dos países de conter o pandemia.” – WHO
Mas o termo “Infodemia” pode e é utilizado quando há abundância de informações, errôneas, falsas, inadequadas, e pode ou não ser proposital ou dissimulada.
Ainda não tivemos no setor dos alimentos um caso típico de “Infodemia” atingindo enormes proporções nas redes sociais, jornais, redes de televisão ou outros. De qualquer maneira podemos fazer uma associação, atualmente, das inúmeras informações que circulam sobre soberania alimentar, produção sustentável de alimentos e a “culpa” das fontes de proteínas animais como o grande culpado dos problemas climáticos.
E você? Tem exemplos de “Desinformação”, “Infoxicação” e “Infodemia” no seu setor?
