FAR-NIENTE

Quando não tenho nada para fazer , e que apenas uma nuvem
Nos campos azuis do céu, floco de lã, nada,
Gosto de me ouvir viver e, livre de preocupações,
Longe dos caminhos empoeirados, para permanecer sentado
Sobre um tapete macio de samambaia e musgo,
À beira da mata densa onde o calor esmorece.
Ali, para matar o tempo, observo a formiga
Quem, pensando no retorno do inverno inimigo,
Para seu celeiro rouba um grão de cevada do feixe,
O pulgão que sobe e se pendura na folha de grama,
A lagarta arrastando seus anéis aveludados,
A lesma viscosa com sulcos prateados,
E a fresca borboleta que voa de flor em flor. Então eu observo, diversão frívola,
A luz quebrando em cada um dos meus cílios, Palisade se opõe aos seus raios sutis,
As sete cores do prisma, ou a pena que flutua
No ar, como sobre n onda, um foguete sem piloto;
E quando estou cansado deixo-me adormecer,
Ao murmúrio da água que um seixo faz gemer,
Onde ouço a toutinegra cantar perto de mim,
E lá em cima no azul canta a cotovia.
— Théophile Gautier (1811-1872)
Primeiras Poesias
Estamos no tempo da contemplação para voltarmos mais fortes! Vemos você em setembro!
Fonte : https://www.eternels-eclairs.fr/poesie-poemes-saison-ete.php#V