Covid-19
21
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03
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2020

Experiência enquanto consumidor numa cidade francesa: protagonismo da alimentação nos momentos de crise

Juliana Grazini dos Santos
Diretora da Verakis
O governo francês adota medidas de confinamento devido à COVID-19, incluindo o fechamento de escolas e comércios e a aplicação de multas.

Há exatamente 10 dias o Governo francês iniciou uma série de declarações de medidas em tonor do confinamento da população francesa para e diminuir a velocidade da incidência de contaminação da mesma pela COVID-19.

As medidas começaram pelo fechamento das creches, escolas, colégios, faculdades e universidades, e teletrabalho, em seguida declarou-se o fechamento de todo tipo de comérico com exceção de comércios de alimentos, farmácias, jornaleiros e lojas de tabaco, depois o fechamento das praças, praias e beiras do Rio Sena e outros, para evitar as aglomerações, seguindo a aplicação de multas para quem não respeite o ordem de confinamento (multa esta que tem aumentado de valo rem função do não respeito por parte de uma minoria), o contrôle por drones, e, infelizmente, o fechamento de algumas feiras de rua, e mercados, e o controle estrito do volume de frequentadores de supermercados e lojas de alimentos.

Eaubonne é uma cidade de "banlieue" (periferia), que fica à quinze (15) quilômetros de Paris, e três vezes por semana o mercado da prefeitura abre para a venda de frutas, legumes, carnes, peixes, acessórios de comidas, e roupas no exterior.

Não tendo ainda me reorganizado completamente em relação às compras de alimentos, inclusive os frescos, imprimi e preenchi minha autorização de saída e fui ao mercado e pretendia passar no supermercado que fica ao lado.

No mercado somente uma porta pode ficar aberta, dois terços (2/3) das bancadas estão abertas (provavelmente para diminuir o voume de pessoas dentro do mercado e durante o momento de montagem e desmontagem das bancadas), na frente de cada bancada ou estande os comerciates devem marcara os espaço (nesta feira estava marcado com caixotes de frutas) para delimitar o espaço de um (1) metro de distância que cada pessoa deve respeitar, os vendedores não podem pegar as cestas dos clientes (é muito comum darmos nossas cestas para que o vendedor vá colocando as frutas, legumes e verduras e nos entregue no final da compra), e não aceitam dinheiro, somente cartão de crédito.

Soube que em função do não cumprimento do confinamento total, alguns mercados da região e feiras livres de Paris já foram fechadas e o mercado de Eaubonne, se a seus moradores não seguirem os diretivas do Governo, também pode ser fechado.

Eu pretendia ir ao supermercado mas desisti depois de ir a dois diferentes, por causa de fila imensa que fica na porta em função do controle do volume de clientes ; em função da área física do supermercado ou hipermercado, entra um número de X de pessoas, enquanto número X não tiver saído espera-se fora, sempre com a distância de um (1) metro entre as pessoas, entrando o X de pessoas.

O que mais me impressionou além de ver o controle da polícia nacional francesa nas ruas, que para o caminhão, desce e aborda cada pessoa que está andando na rua, foi o aumento do preço dos legumes e frutas.

Preços de alguns alimentos na feira de Eaubone (França) com intervalo de 7 dias.

Alimento - Preço/Kg em 13/03/2020 - Preço/kg em 20/20/2020

Limão - 3.80 € - 3.95 €

Banana - 1.90 € - 2.30 €

Brócolis - 2.95 € - 3.50 €

Alho Poró - 1.40 € - 3.50 €

Abobrinha - 2.40 € - 4.95 €

As compras online continuam com prazo de entrega estendido, a compra feita em 15 de abril no Picard (www.picard.fr) vai ser entregue no dia 31 de março de 2020.

O que se espera é que com a reorganização em função do confinamento as entregas de compra de alimentos online fique mais ágil, e com a diminuição do volume de pessoas nos supermercados, as gôndolas possam ser  supridas com mais facilidade.

Marché d’Eaubonne – Créditos Foto : Justacote.com